sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Focos de calor crescem 318% neste ano

Jornal Correio


A quantidade de focos de incêndio neste ano cresceu 330% em todo o território nacional e em Uberlândia não foi diferente. Segundo o Programa de Prevenção e Combate a Incêndios (Prev-Incêndio) do Instituto Estadual de Florestas (IEF), de 1º de janeiro até ontem, o número de focos de calor na cidade aumentou em 318% em relação ao mesmo período do ano passado, passando de 11 para 46.
A explicação, segundo o IEF, se deve a um inverno com temperaturas até 5 graus acima da média histórica, enquanto em 2009, este período foi de chuvas intensas.
Na semana passada, o Corpo de Bombeiros de Uberlândia chegou a registrar 24 focos de incêndio em um único dia. Nos dois piores casos, às margens da BR-365, foram queimados 8,5 mil metros de área. No domingo (8), uma reserva particular de 5 mil metros, com 10 mil mudas de espécies raras e em extinção foi destruída.
Segundo o gerente regional do IEF, Carlos Luiz Mamede, a expectativa é que o fogo continue a causar problemas até o fim deste mês. “A previsão é que chova em setembro. Até lá, é preciso evitar ao máximo colocar fogo em alguma área. Está ventando, está muito quente e qualquer brasa pode causar um incêndio de grandes proporções”, disse.
Em Minas Gerais, nos 11 primeiros dias de agosto foram catalogados pelo IEF 930 focos de incêndio, diante de 484 em igual período de 2009. Desde o início do ano, foram 3.334 registros de queimada no Estado contra 1.332 no ano passado, o que torna 2010 o pior dos últimos três anos. Segundo o IEF, até ontem, os incêndios no Estado já consumiram 1.063 hectares de áreas verdes, o equivalente a 1.063 campos de futebol.
Situação é crítica em 320 cidades
O Brasil tem 320 municípios em situação crítica com o risco de queimadas e cinco estados concentravam 75% dos focos de incêndio ontem, segundo registro dos satélites monitorados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Ontem, eram 14.604 focos ativos, localizados no Pará (3.892), Mato Grosso (3.276), Tocantins (1.644), Maranhão (1.204) e São Paulo (898).
Ontem, o Ministério Público Federal ingressou com ação civil pública na Justiça Federal para impedir que órgãos do governo do Estado de São Paulo emitam autorização para as chamadas "queimadas controladas" em fazendas de plantação de cana-de-açúcar. O MPF argumenta que a atribuição deve ser do Ibama e que não é possível autorizar queimadas sem que seja feito previamente um estudo de impacto ambiental. As autorizações são dadas pela Secretaria do Meio Ambiente e pela Cetesb.

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