sábado, 14 de agosto de 2010

Incêndio destrói reserva particular

Jornal Correio


Um trabalho que durou cerca de 40 anos foi transformado em cinzas em poucos minutos no domingo (8). Um incêndio atingiu a propriedade do paisagista Éder Bruno Serato Manteli, na região leste de Uberlândia, e destruiu uma área com cerca de 5 mil metros quadrados, onde ele criou uma reserva particular. O fogo devastou um ponto que Éder Bruno chama de “berçário”, o local onde estavam sendo cultivadas cerca de 10 mil mudas de espécies raras e em extinção da Mata Atlântica, Amazônia, Cerrado, Agreste e Pantanal, como o Ipê Negro, Ipê Bola Branco e Ipê Felpudo Vermelho. “Muitas sementes se perderam. Não é um prejuízo em números, é um prejuízo em vidas. O cenário deixa evidente que a natureza está de luto”, afirmou.
Desde o início da década de 70, Éder Bruno, que foi um dos responsáveis pelo projeto paisagístico do Parque do Sabiá, se dedica à reserva. O paisagista afirmou que, em outros incêndios, ocorridos desde o início do ano passado até agora, se perderam cerca de 10 mil orquídeas, 20 mil bromélias e uma área de bambus com 70 espécies diferentes, cultivada para conter a erosão em uma das áreas da propriedade.
Éder Bruno, que está com 62 anos, afirmou que não há mais esperanças de conseguir recuperar a área devastada. Ele disse que seriam necessários, no mínimo, 15 anos para que algumas espécies atingissem o mesmo estágio de desenvolvimento. “De agora em diante entrego os pontos e não planto mais uma árvore sequer”, afirmou. O paisagista afirmou que acredita que o incêndio tenha sido criminoso.
IEF pode dar auxílio na recuperação
O supervisor regional do Instituto Estadual de Florestas (IEF), Edno Cesar Silveira, afirmou que, no caso do incêndio que destruiu cerca de cinco mil metros quadrados da reserva do paisagista Éder Bruno Serato Manteli, na região leste de Uberlândia, não há uma intervenção direta do órgão por se tratar de área particular. Contudo afirmou que o proprietário pode solicitar auxilio técnico do IEF para o trabalho de recuperação do espaço degradado. “Assim que recebermos a notificação, podemos enviar uma equipe para analisar a área e fornecer as informações sobre a melhor maneira de recuperá-la”, afirmou.
Edno Cesar Silveira disse também que o instituto pode fornecer mudas gratuitamente e até orientar o proprietário para que solicite a inclusão no programa Bolsa Verde, que fornece uma ajuda financeira a pessoas que cuidam de áreas de preservação.

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