sexta-feira, 28 de maio de 2010

Comunidade dos bairros sofre com a fuligem causada pela queima da cana

Jornal de Uberaba


Ainda a que queima da cana-de-açúcar nas lavouras da região só deva ser intensificada a partir do segundo semestre, moradores nos mais variados pontos da cidade já reclamam de fuligem. De acordo com a moradora do bairro Maringá Maria José de Oliveira Torres, em determinados horários do dia, por causa da enorme quantidade da fuligem que avança pelo bairro, "mais parece uma chuva do resíduo".
A aposentada mora com a mãe de 97 anos que ainda sofre com doença respiratória. "Há três anos, minha mãe respira com ajuda de balão de oxigênio. Com essa poeira preta, a sua saúde, que já está frágil, acaba ficando ainda mais debilitada", afirma a dona de casa.
De acordo com Maria José, todos os dias ela tem de limpar sua residência, por causa da poeira que suja toda a casa. "Por a minha mãe ser doente, se eu não limpar minha casa, ela não consegue nem dormir", afirma. Ela também conta que na hora de lavar as roupas, a situação fica ainda pior, pois a poeira prega no tecido, sujando toda a roupa novamente.
A situação também não é diferente em outros pontos da cidade. Nos bairros Tutunas, Olinda e também no Jardim Uberaba, a situação está cada vez mais crítica. Durante o dia, é notável a nuvem de fuligem sobre esses bairros, gerando ainda mais incômodo à população.
O diretor de Recursos Ambientais da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, José Sidney da Silva, explica que a questão da queima de lavouras de cana-de-açúcar já foi discutida e colocada em legislação municipal. "Essa lei dá um prazo até 2014 para as usinas se adeqarem à colheita mecanizada, o que irá extinguir essas queimadas. A partir deste ano, está estritamente proibida a queima da cana. Mas, enquanto isso, a única exigência dessa lei a respeito do assunto é que as queimadas não sejam feitas quando a umidade relativa do ar estiver abaixo de 20%", explica o diretor do departamento.
De acordo com ele, geralmente as usinas são orientadas a informar o dia que irão fazer a queima das lavouras. Agora, se mesmo quando a umidade relativa do ar está baixa ainda há fuligem, a orientação de Sidney é que a população denuncie através do fala cidadão - 3318-0800. "Nesse caso, é imprescindível que a pessoa forneça dados mais precisos a respeito dessa fuligem, bem como localidade e origem."
Sidney também observa que o fala cidadão deve ser acionado quando houver qualquer outro tipo de queimada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário