quinta-feira, 10 de junho de 2010

Indústria de cimento gera poluição

Jornal Correio


A poeira eliminada por uma indústria de concreto no Distrito Industrial de Uberlândia, zona norte da cidade, tem causado uma briga de vizinhos que se arrasta há pelo menos 10 anos. A polêmica chegou à Secretaria Municipal de Meio Ambiente, que abriu um processo administrativo contra a suposta poluente Ciplan Cimento Planalto. A empresa de Brasília tinha até ontem para entregar um projeto técnico de adequações da estrutura e um laudo de monitoramento de poluentes. Entretanto, isso não foi feito. A fiscalização do município disse que, em virtude disso, a empresa corre o risco de ter as suas atividades parcialmente paralisadas nos próximos dias.
A Ciplan fabrica cimento e massa de concreto, possui alvará de funcionamento em dia, mas não estaria cumprindo as exigências ambientais. As atividades da empresa geram um pó branco que invade uma indústria vizinha de fabricação de antenas, transformadores, suportes de TV, filtros de linha e luminárias. “Vivemos esse problema há 12 anos e nunca mudou. Queremos uma solução porque já estamos até pensando em entrar na Justiça”, disse Gleisson Lucas Landim, diretor administrativo da Indusat.
O diretor de controle ambiental da secretaria de Meio Ambiente, Alessandro Uchitel, afirma que a Ciplan já foi autuada várias vezes nos últimos anos, mas não soube informar o número exato de autuações. “Tem vários autos de infração, notificações e uma multa de R$ 3 mil que foi determinada pelo Conselho Municipal de Meio Ambiente em maio”, disse.
Providências já foram tomadas
A indústria Ciplan Cimento Planalto foi procurada pelo CORREIO e seu representante disse que as providências para reduzir a emissão de particulados já foram tomadas. “Os técnicos da Universidade Federal de Uberlândia devem fazer a medição nos próximos dias e emitirem o laudo em um mês para entregarmos à prefeitura”, afirmou o gerente operacional da empresa, André Finotti Sallum.
A metodologia para garantir a redução dos poluentes é uma decisão da própria indústria. O diretor de fiscalização de Meio Ambiente explicou que a empresa é que precisa procurar uma alternativa que dê certo. As opções vão desde a instalação de filtros até a construção de estruturas fechadas para evitar que as partículas possam ser levadas pelo vento.
Pó prejudica saúde de funcionários
A maior preocupação da direção da Indusat é com a saúde dos 215 funcionários. Lá é comum os afastamentos por problemas respiratórios. Os galpões da indústria e o refeitório são limpos várias vezes durante o dia e, mesmo assim, é comum encontrar os móveis cobertos por um pó branco.
A área que fica nos fundos da empresa e que faz divisa com a Ciplan já recebeu investimentos, mas nada até agora conseguiu conter as partículas arrastadas pelo vento. “Fechamos todos os galpões com telha transparente, lavamos durante o dia inteiro, mas não adianta. A última alternativa é fechar o refeitório com vidros, manter o ambiente com ar- condicionado e gastar muito mais do que já gastamos”, disse o diretor administrativo, Gleisson Lucas Landim.

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