sexta-feira, 9 de julho de 2010

Ambientalistas rebatem alterações no Código Florestal

Jornal de Uberaba


Organização ambientalista em Uberaba, a Associação para Preservação da Natureza Grupo Kurupyra manifestou-se contra a reformulação do Código Florestal e afirmou que as emendas propostas não atendem a categoria ambientalista.
De acordo com o superintendente executivo da associação, Paulo Estevão Pucci, as alterações previstas no código basicamente propõem a diminuição da área de proteção permanente, o que deverá repercutir de forma negativa à biodiversidade. Pucci rebate afirmações feitas por agropecuaristas de que hoje os produtores rurais estão mais conscientes com relação à preservação do meio ambiente. "Fotos aéreas de propriedades rurais situadas a montante da estação de captação de águas do rio Uberaba são exemplo do desrespeito à legislação ambiental e mau uso dos recursos naturais que, infelizmente, é o que prevalece na maioria das propriedades rurais situadas na bacia deste manancial", informou comunicado elaborado pela associação.
Imagens tiradas por satélite apontam, em alguns trechos das margens do rio Uberaba, ausência da vegetação nativa na Área de Preservação Permanente, erosão do solo e assoreamento de mananciais da bacia.
O representante ainda rebate que o Código Florestal vem sendo atualizado ao longo dos anos desde sua criação, em 1965. "Para se ter uma ideia, existem alterações no atual Código que foram feitas em 2006. Portanto, seu texto não está como foi elaborado em 1965."
De acordo com ele, o Grupo Kurupyra reconhece a importância do produtor rural e de todo segmento produtivo à sociedade. "O que é inaceitável é um desenvolvimento que usa os recursos naturais como base econômica e não contabiliza a destruição ambiental."
Pucci também argumenta que a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, atesta o mau uso das terras e que a expansão da fronteira agrícola não tem preocupação com o aumento ou, pelo menos, com uma manutenção da produtividade das áreas já cultivadas.
"Acreditamos no trabalho do produtor rural, e na possibilidade de prosseguimento da atividade agropecuária, sem a degradação do meio ambiente. Porém, isso não acontecerá com essas alterações no Código Florestal. Acreditamos que será um retrocesso, caso essas alterações sejam aprovadas no plenário e sancionada", conclui.

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