segunda-feira, 5 de julho de 2010

Minas se prepara para enfrentar incêndios nas Unidades de Conservação do Estado

Jornal Araxá


O Instituto Estadual de Florestas (IEF) por meio do Programa de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais (Previncêndio), dá início às atividades de prevenção e combate às queimadas nas Unidades de Conservação de Minas Gerais. Entre os meses de junho e novembro, período crítico de tempo seco, época em que acontece a maior parte das ocorrências, o Estado trabalha na intensificação das ações de vigilância, monitoramento e combate aos incêndios. A abertura oficial das atividades da Força-Tarefa Previncêndio foi realizada na base operacional localizada no aeroporto municipal de Curvelo, região Central do Estado.

Outra ação do Previncêndio está sendo realizada no Parque Estadual da Serra do Rola-Moça, localizado na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Lá, cerca de 70 pessoas estão passando pelo treinamento oferecido pelo IEF e Corpo de Bombeiros para se formarem brigadistas voluntários. Entre os alunos estão guarda-parques e população moradora do entorno da unidade de conservação. O curso tem carga horária de 32 horas/aula, é composto por disciplinas teóricas e práticas e visa treinar os voluntários a prestarem os primeiros socorros à área atingida por queimadas.

Atualmente, Minas Gerais possui cerca de 4.200 brigadistas voluntários, capacitados pelo IEF entre 2007 e 2010. “Os brigadistas têm papel importante no combate às queimadas porque muitos deles moram próximo às unidades de conservação e, com isso, são os primeiros a combater as chamas, além de serem profundos conhecedores da área”, explica a gerente do Previncêndio, Cláudia Melo.

Os cursos de brigadas voluntárias são gratuitos e são ministrados nas unidades de conservação. Os interessados podem procurar a unidade de conservação mais próxima de sua comunidade ou entrar em contato com o IEF pelo e-mail previncendio.ief@meioambiente.mg.gov.br.

Cláudia Mello observa ainda que, principalmente no período crítico, o trabalho de sensibilização das pessoas sobre o perigo do fogo é intensificado. "Nossa atenção é, principalmente, com as áreas com cobertura vegetal nativa, onde os incêndios, muitas vezes, têm início pelo uso incorreto do fogo pelos moradores do entorno”, observa.

O trabalho realizado no Estado provocou uma redução de 70% no número de incêndios florestais nos últimos três anos e também reduziu em 88% a área atingida pelas chamas no mesmo período. Em 2009, foram registrados 48 incêndios florestais no interior de unidades de conservação no Estado, contra 196 registrados em 2007 e 83 em 2008. Em relação aos hectares de mata destruídos pelas chamas, a área queimada em 2009 foi de 2.416 hectares, enquanto em 2007 queimaram 20.214 hectares e, em 2008, 11.295 hectares. Em 2010, até meados de junho, foram identificados quatro incêndios florestais em unidades de conservação. Ainda em 2010, a área interna queimada é de 573 hectares e de 2,50 hectares no entorno das Unidades de Conservação.

O trabalho de prevenção é uma das principais estratégias para reduzir as perdas provocadas pelo fogo. Durante todo o ano, técnicos do IEF e do Corpo de Bombeiros Militar visitam os proprietários rurais que vivem no entorno das unidades de conservação do Estado, orientando sobre o uso correto do fogo, prática muito utilizada pelos agricultores para limpeza de terreno, permitida por lei, mas que exige uma série de cuidados para evitar que o fogo se espalhe e se transforme em incêndio. O trabalho inclui ainda campanhas educativas e ações de fiscalização com a utilização de aeronaves. As atividades se concentram nas regiões onde são verificados o maior número de focos de calor.

Força-Tarefa

Os investimentos no trabalho de combate a incêndios florestais em Minas Gerais estão no âmbito do Projeto Estruturador Conservação do Cerrado e Recuperação da Mata Atlântica do Governo de Minas, sob coordenação do IEF. Desde 2007, foram investidos cerca de R$ 30 milhões.

A Força-Tarefa Previncêndio foi criada, em 2005, num esforço conjunto de diversos órgãos do Governo de Minas Gerais para aperfeiçoar o trabalho de combate a incêndios florestais no Estado. Primeira do gênero na América Latina, a Força-Tarefa é coordenada pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF) em parceria com a Polícia Militar, o Corpo de Bombeiros Militar, a Polícia Civil, a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, a Prefeitura de Curvelo e parceiros privados.

O município de Curvelo foi escolhido para abrigar a base principal da Força-Tarefa por estar localizado no centro geográfico de Minas Gerais, permitindo que as equipes cheguem a qualquer local do Estado em até duas horas. Na base, localizada no aeroporto do município, está localizada a sala de monitoramento com o sistema de vigilância de focos de calor via satélite e a central do telefone para informes de incêndios florestais, que funciona durante 24 horas.

Em Januária, foi montada outra unidade de apoio do Previncêndio. A infraestrutura da sub-base do Norte de Minas está em fase de finalização. Durante o período de chuva, as bases são utilizadas como centro de treinamento para as equipes de brigadistas e de técnicos.

Atualmente, a Força trabalha com cinco helicópteros de apoio (um da Polícia Civil, um da Polícia Militar, um do Corpo de Bombeiros e dois do IEF), nove aviões Air-Tractor para lançamento de água sobre o fogo, três aeronaves para monitoramento e uma para transporte de pessoal e equipamento. Cerca de 300 servidores e dois mil brigadistas voluntários estão distribuídos por todo o Estado de prontidão 24 horas por dia. Para atendimento às ocorrências e denúncias o telefone utilizado é 0800 28 32323.

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