sexta-feira, 23 de julho de 2010

Buritizais estão em extinção no cerrado

Jornal do Correio


Os buritis, espécie de palmeira típica do cerrado, encontrados geralmente em áreas de preservação permanente, consideradas intocáveis pelo Código Florestal, estão desaparecendo no município. A palmeira cresce geralmente em regiões úmidas conhecidas como veredas, para poder disseminar os frutos. A reportagem do CORREIO de Uberlândia percorreu algumas áreas e observou que o assoreamento e a erosão, aliados ao desrespeito às faixas de preservação ambiental, estão diminuindo a ocorrência da espécie.
Segundo o pesquisador e professor de Planejamento Ambiental Douglas Gomes dos Santos, que acompanhou a visita, isso prejudica o meio ambiente. “O desaparecimento do buriti significa o comprometimento de todo o nosso recurso hídrico, pois a existência dele nos diz a existência da água potável”, afirmou.
Um dos pontos críticos é o assoreamento da vereda que existia na extensão do Córrego Alegre, na região sul. A água da chuva que desce dos bairros São Jorge e Shopping Park, próximo ao anel viário sul, na BR—050, assoreou o local. O córrego também foi contaminado pelo despejo clandestino de esgoto na rede pluvial.
Próximo ao Córrego Lagoinha, no bairro Lagoinha, também na zona sul, o lixo tomou conta de cerca de 10 metros em uma das margens e existem casas dentro da área de preservação. “É muito grave a situação dos buritizais e das veredas aqui em Uberlândia, por causa da falta de proteção e conservação”, disse Santos.
Para o professor, é preciso recuperar as áreas o quanto antes. “É possível recuperar, basta investimento. E temos que fazer isso agora, pois no futuro será quase impossível”, afirmou.
Secretaria recupera áreas
De acordo com a secretária municipal de Meio Ambiente, Raquel Mendes, a prefeitura tem feito o que está ao alcance, com a verba de 0,55% do orçamento do município destinada ao órgão. “No parque linear do Uberabinha, na margem esquerda, foram plantadas 40 unidades de buritis e 800 outras espécies adequadas às margens de curso d’água. Aos poucos estamos recompondo o que foi tirado”, disse. Segundo ela, nos novos loteamentos e bairros, é obrigatório cumprir a distância de preservação ambiental, de 50 metros a partir do último ponto úmido ou do último buriti. “Já nas áreas mais antigas, o município tem trabalhado para preservar e orientar a população, assim como autuar e multar quem devasta ou polui”, disse.
Saiba mais
Cursos d`água - Projetos de recuperação em execução
Córrego Lagoinha – revitalização do Parque Santa Luzia
Córrego do Óleo – revitalização da vegetação
Rio Uberabinha – parques lineares
Córrego Carvão - recomposição da vegetação e implantação de parques
Córrego Vinhedos - recomposição da vegetação e implantação de parques
Fonte: Secretaria de Meio Ambiente

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